Papa Bento VXI - Maio/2007

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"Queremos pautar as razões do nosso viver!"

Durante os meses de maio e junho de 2008, as pessoas que visitaram a página virtual da Casa da Juventude foram convidadas a participar da enquete: De que forma a juventude é apresentada pelos meios de comunicação de massa?

A pesquisa apontou que os meios de comunicação social - MCS fabricam um olhar sobre a juventude. No resultado, 31,17% afirmaram que os MCS retratam os/as jovens como pessoas sem responsabilidades e preocupações (113 votos); 24,34% escolheram a opção - como violenta e arruaceira (74 votos), e 20,72% como alienada (63 votos). Essa imagem do/a jovem representado/a pela mídia constrói sua representação para a sociedade.

A consulta permaneceu na página por 50 dias, totalizando 304 votos. Cada voto poderia ser repetido pela mesma pessoa no prazo de 24 horas; portanto, uma pessoa pode ter votado mais de uma vez. O resultado é uma opinião de um grupo sobre o tema. Não é possível tirar conclusões, mas estes dados apontam alguns desafios e cuidados para educadores/as de adolescentes e jovens, organizações juvenis e para a sociedade.

Na sociedade atual, a mídia passou a ser sinônimo de poder. Grandes empresas, sindicatos, movimentos sociais, instituições políticas; enfim, vários atores sociais buscam espaço na mídia para ganhar a aprovação da opinião pública.

Outro fator que muito contribui para o poder da mídia é a associação das notícias como sendo as únicas verdades de um fato. As pessoas têm acesso ao que acontece no mundo por meio dos veículos de comunicação e, na maioria das vezes, essa é a sua única fonte de informação de um determinado fato. Assim, o que sai na mídia é a pura verdade e o que não é relatado acaba ficando no anonimato ou simplesmente não acontece aos olhos da opinião pública.

Logo, quando acontece um fato, se os meios de comunicação disserem que ele é verdadeiro, o mesmo será considerado verdadeiro, mesmo que seja falso. Porque o que é verdadeiro é o que a mídia divulga como tal.

Diante desse cenário, fica claro que mídia e poder estão intimamente ligados na sociedade atual. Por isso a importância de saber se posicionar diante das informações divulgadas pelos veículos de comunicação, ultrapassando os casos de manipulação, a falta de crítica e a homogeneização do conteúdo transmitido.

Se fizermos uma memória recente das notícias que acompanhamos nos veículos de comunicação, vamos encontrar muitas delas vinculadas à juventude, como foi o caso do assassinato de três jovens no Rio de Janeiro, indicando envolvimento do exército. É interessante ler ou escutar as notícias e observar os termos utilizados pelos/as jornalistas quando falam sobre a juventude.

Acreditamos que o resultado desta enquete é um indicativo para a Igreja do Brasil, que organiza o Dia Nacional da Juventude, realizado em outubro de 2008, com o tema “Juventude e os meios de comunicação” e o lema “Queremos pautar as razões de nosso viver”.

Esse resultado também aponta um desafio: ampliar a Campanha “A Juventude Quer Viver” entre os/as jovens e para toda a população, defendendo os direitos da juventude – segurança, educação, saúde, cultural, lazer, transporte; principalmente os direitos da juventude empobrecida.

É preciso reforçar outras imagens dos/as jovens, como convoca o tema do Dia Nacional da Juventude, pautando, nos meios de comunicação, aspectos que reforcem outros olhares, como a mobilização e participação política da juventude, que sempre esteve presente em movimentos estudantis, culturais e sociais, partidos políticos e outras manifestações, como o movimento hip hop, etc.

Assim, somos convocados/as a criar estratégias para ocupar os espaços dos meios de comunicação em todos os níveis – Igreja e sociedade, para que possamos debater sobre o tema e apresentar a juventude em sua realidade e diversidade.

Carmem Lucia Teixeira
Gardene Leão de Castro Mendes
Núcleo de Comunicação e Pesquisa da CAJU